E desse um tiro no Cao?
Notas do meu Caderno
“E se desse um tiro no cao?” Nota-se que a resposta deixa a pessoa abalada, apesar de se rir, ao relembrar o incidente que ja teve lugar ha muitos anos.
Disse que foi ha muitos anos numa rua pequena quando trabalhava num establecimento de comida, que um dia ao fechar, por volta das duas da manha, foi despejar o lixo no deposito.
De repente ouviu alguem a respirar. Pensava que era um cliente que tinha por tendencia de urinar contra o contentor do lixo antes de ir para casa. Chamou pelo do cliente e de repente um vulto levantou-se e colocou-lhe uma pistola contra o pescoco. Sentiu o ferro frio contra a sua carne e tentou manter-se calma, esperando o pior, mas foi movendo-se ate a porta onde dentro estava ainda pessoas.
O cao do vizinho ladrava intensamente mas ninguem apareceu para ajuda-la e socorrer-la. Parece que ninguem ouviu o barulho, mas dentro alguem ouviu o barulho e com os efeitos do cansaco e sobre o efeito de alguma bebida, veio cambaleando ate a porta.
“Que e que se passa?”
E a resposta nao se fez esperar, o tipo que tinha a pistola contra o pescoco da mulher, retirou a arma, puxou o gatilho, atingiu o homem no peito. E fugiu!
Veio a policia, a ambulancia, transportaram o ferido para o hospital e o medico na sala de urgencia falou-lhe
-“Tiveste muita sorte, apesar da tragedia. A bala bateu na medalha que tinhas ao peito e saiu para debaixo de braco sem entrar no corpo. Essa medalha salvou-te a vida. Sorte e proteccao. Vou tornar conta de ti e tudo vai correr bem.”
Mais tarde a policia veio a prender o responsavel pelo crime.
Quando a mulher regressou ao restaurante, veio visita-la o vizinho, dono do cao. Falaram, contaram as peripercias, o resultado do disparo, a situacao do medo. E uma exclamacao a um pedido.
– Ainda sempre pensei que com toda aquela comocao e barulho que soltasses o cao, vizinho”.
-E se o tipo dava um tiro no cao?” Foi a resposta seca do seu vizinho que passava uma grande dos seus tempos livres no restaurante e os seus filhos compartilhavam brincadeiras com a mulher e os seus filhos (e tambem comer).
Ao terminar e recordar o evento, ainda triste terminou o relato.
“Cada um sabe as suas prioridades, creio que eu nao era uma delas para o vizinho”.
Mais tarde, o restaurante foi vendido e a mulher hoje gere o seu restaurante com sucesso numa outra localidade.
17 de Out.2013 (FGR) _ Ficcao – parecencias e pura coincidencia.