Archive | October 2021

Em 2020 Perdi o meu amigo 40.

Escreve: Fernando Goncalves Rosa

Ao voltar a pagina do calendario notamos que fazia um ano que o nosso grande amigo 40 nos deixou. Foi o ano passado no fim de Agosto que perdi um grande colega, amigo da boemia. A distancia nao nos deixou despedir dele. Sinto a sua falta. Foi um grande amigo. Como um irmao mais velho, podemos dizer. Sempre pronto a ajudar.

Conheci o Quim quando ainda era miúdo em Montalegre. Era o filho do Sr. Cinzas que tinha um talho no largo do Pelourinho, ao fundo da Rua Direita em Montalegre. Jogava futebol, era conhecido com um bom guarda redes do Clube de Montalegre e já novo dizia que calcava a chuteira numero 40, que na altura era ter um pe grande. E o cognome pegou e passou a ser conhecido por Quarenta, a quem tinha o nome de Joaquim Moutinho da Silva.

Os nossos mundos separam-se. Ele foi para tropa e  cumprido o serviço militar viemos a reencontrar-nos no meio da comunidade da Diaspora Transmontana. Fomos encontra-lo em Ludlow uma pequena vila no Oeste de Massachussetts  com um grande numero de transmontanos onde ele  e a sua querida esposa Carmelinda geriram um bar restaurante a que apropriadamente deram o nome de “Montalegre” e que durante muitos anos era o lugar de encontros de muitos Portugueses e americanos da área e arredores. Tambem chegou a ter uma estacao de radio.

Já tinha sido americanizado o Quim passou a ser o Jack e o Quarenta a ser o Mr. 40, mas do resto tudo igual.

Recordo de imensas vezes chegar ao seu Restaurante / Bar com amigos já a hora de fechar mas sempre eramos atendidos. Uma noite de domingo vínhamos de Boston, já tarde. Paramos no seu restaurante. Havia um casal e uma azafama de limpar e arrumar. A servente informou-nos que a cozinha já estava fechada e que o restaurante também. O Quarenta estava no bar a atender os clientes reconheceu a voz e veio ter com ela dizendo que quando ela acabasse que poderia sair porque ele iria servir-nos.

Mais tarde resolveu passar uns tempos em Montalegre com a família e em conjunto com uns familiares fazer investimento na vila. As coisas não chegaram a correr como eles queriam e o Quim Silva/ 40 resolver regressar aos States e abrir um restaurante na baixa da cidade de Bridgeport que se chamava Mr. 40 (o 40 reaparecia). Esse restaurante acabou por fechar e durante tempo em questões legais com a cidade que resolveu tomar conta do edficio e ai construir outras projectos.

Apareceu com o Carmelina localizado perto da estacao da policia e que manteve cerca de 8 anos. Um grande com bar, sala de jantar e sala de jogos. Ai passamos muitas noites, apesar de viver longe.

Um ano o amigo Quarenta resolveu organizar um grupo que levou a Feira do Fumeiro e durante vários dias americanos e luso americanos passearam em Montalegre, tem do como guia o Jack Silva.

Nossa amizade era grande e genuina. Jack/ 40 sempre me dizia que quando passar por ali mesmo que seja tarde e a cozinha esteja fechada, nunca “vais para casa sem comer, arranja-se sempre algo mesmo que seja o presunto e chouriça e pao” e o restaurante dele era conhecido por ter um excelente presunto. Ela sabia que andamos em constante movimento e passar por Bridgeport era quase mandatorio nas nossas viagens.

Colaboramos com ele na apresentação de vários espectaculos e sempre que estava presente pedia-me para fazer a apresentação dos artistas e depois de encerrado havia o convívio com eles.

Com o passar do tempo já reformado resolveu dividir o seu tempo e passar alguns dias em South Carolina onde vivia a única filha com o marido e a neta e em Montalegre onde se sentia feliz, conhecia toda a gente e recebia os amigos com abraços, a volta da sua mesa.

Era um amigo especial, sempre dizendo presente. Ajudou a resolver varias situações como so ele sabia. Lembro-me de uma visita em que ele insistiu que tínhamos que conhecer o Presidente da Camara e com este trocar impressões.

Na ultima visita, deixou de acabar os seus afazeres para nos ajudar a resolver varias situações, sentamos a mesa com folar, presunto, pao centeio e caldo verde para merendar. Uma mesa farta e com grande amizade.

Combinamos um grande encontro na próxima viagem. Veio a pandemia e adiou todos os planos, incluindo a minha viagem. E ele faltou ao compromisso quando um terrivel doença o levou rapidamente. O meu coracao ficou triste quando soube da noticia e ainda não recuperou. Grato pela tua amizade, Descansa em Paz e continua as tuas conversas que tao sabias contar com o Santo.

Ate ao nosso próximo encontro, um ate sempre, Jack/Mr.40/Quim/Cinzas e 40.

Agosto 2021

{Fotos cortesia dos arquivos}

Mafalda Moutinho – uma autora Transmontana de literatura juvenil

Escreve: Fernando Goncalves Rosa

Uma nota da Amazon falava do lançamento do livro “The Book of Secrets” (A Lenda do Livro dos Segredos) da autoria de Mafalda Moutinho que foca a importância da leitura.

Mafalda Moutinho apesar de ter nascido em Lisboa tem as suas raízes em Trás-os-Montes de onde o seu pai e oriundo. Presentemente vive na Itália e esta “Lenda dos Livro dos Segredos” e o 17º volume da Coleccao Os Primos.

Já la vão uns anos que a conheci. Foi no mês de Junho durante a Feira Internacional do Livro que o meu irmão José, advogado e a residir em Lisboa, me levou a essa feira que ocupava espaço no Parque Eduardo VII, um parque enorme em forma de retângulo que ocupa cerca de 26 hectares (64 acres) em frente da rotunda que tem a estatua do Marques de Pombal, la no alto para se ver bem, com os seus enormes leões.

Encontramos a Mafalda falando com os seus leitores, clientes, apresentando os seus trabalhos, dando autógrafos e falando da coletânea dos Primos, que já vai em 17 volumes. 

Iniciou-se a escrever em 2004, os seus trabalhos fazem parte do Plano Nacional Português de Leitura e segundo Amazon e considerada “ uma das mais significantes autores em recente literatura juvenil Portuguesa”.

Licenciou-se no Instituto Superior de Ciências, tirou mestrada em Londres e disse-nos que era mulher o mundo pois já tinha vivido ou viajado para imensos lugares para fazer a pesquiza para os seus livros que são parte historia e parte fantasia. O seu livro de 2021 esta no prelo e deve ser lançado no fim do Verão de 2021 com o titulo “O Segredo do Velho Palacete”, será o numero 18o da coleccao.

O parque Eduardo VII leva o nome do Rei Inglês que visitou Lisboa em 1903, previamente chamava-se Parque da Liberdade (gosto mais desse nome- ai parece haver muita liberdade e actividades) e foi redesenhado pelo arquitecto Francisco Keil de Andrade em 1945 em termos modernísticos.

No retângulo localizado numa das colina da cidade que tem sete, encontramos do sul essa gigantesca estatua do Marques a dominar a rotunda e do lado norte deparamos com um enorme bandeira que um dos transeuntes nos tentou explicar que era a maior bandeira portuguesa do mundo (que e grande e!). Essa mesma bandeira faz parte do monumento da liberdade que relembra o 25 de Abril, com 4 enormes colunas, pedras e um pequeno lago, na Alameda Cardeal Cerejeira. Deste miradouro disfruta-se de uma das mais magnificas e espectaculares vistas de toda a Lisboa, deixando os nossos olhos divagar ate ao Rio Tejo levando-nos lentamente pela Avenida da Liberdade em direccao ao rio e desviando periodicamente pelo aos outros bairros. No parque existem varias estufas e um excelente restaurante, onde disfrutamos de um excelente almoço e serviço. Ao pé do Marques foi construído um túnel com o mesmo nome que liga as Amoreiras.

O parque com os seus desenhos de jardinagem espectaculares, visíveis e reconhecidos em toda a Lisboa e limitado por quatro avenidas: Sidónio Pais, onde se encontra o Pavilhão Carlos Lopes, Rua Castilho e as Alameda Edgar Cardoso e Cardeal Cerejeira, e usado para muitas actividades mas especialmente na época natalícia apresenta uma decoração e milhares de luzes em vários formatos muitas actividades

Na feira do Livro, no Parque Edward VII conheci a Mafalda Moutinho autora prolifera excelente conversadora, conhecedora de meio mundo (o que deixou com ciúmes) simpática e tal como me foi informado “Afilhada do seu irmão” e “ uma das mais significantes autores em recente literatura juvenil Portuguesa”. E filha do trasmontano Abel Luis Fontoura Moutinho.

Septembro 1, 2021

%d bloggers like this: