Escritor Júlio Dinis faleceu há 150 anos

Escreve: Fernando Goncalves Rosa
Em 2021 celebrou-se 150 anos da morte do escritor Júlio Dinis, o autor de um das mais populares novelas ’As Pupilas do Senhor Reitor” que nos anos 60 era leitura obrigada nas aulas de Português no liceu.
Júlio Dinis, o pseudónimo de Joaquim Guilherme Gomes Coelho, nasceu em 14 de Novembro de 1839 na cidade do Porto. Formou-se em medicina mas dedicou a grande parte da sua vida a escrita, apesar de muitos dos seus trabalhos terem sido publicados depois da sua morte. Foi considerado “o primeiro grande novelista da classe media Portuguesa.”

Mudou-se para Ovar com a esperanca de vencer a tuberculose que o tinha atacado. Ai escreveu “As Pupilas do Sr. Reitor”, o seu mais popular livro, publicado em 1867. Tinha 28 anos. Tornou-se de tal maneira popular que em 1900 já tinham sido tido 14 edições. Historia campesina de Pedro e Daniel, filhos do lavrador José das Dornas e Clara e Margarida com cenário numa aldeia minhota. Pedro e Clara continuaram na azáfama da Lavoura, Daniel tornou-se médico, Margarida professora.

Foi um trabalho que li e reli pelo seu estilo simples e que me apelava.
“Júlio Dinis era um grande defensor da vida campestre, vendo na vida urbana os caminhos mais fáceis para a degradação da alma e é esse o plot principal que o autor dá para Daniel”. – Isabel Araújo no seu blog.
Uma Família Inglesa, escrito em 1868, relatava a história da sua família (sua mãe era inglesa). Em 2020 foi o seu primeiro trabalho a ser traduzido para Inglês por Margaret Jill Costa.
Na juventude de 32 anos Júlio Dinis faleceu no Porto em 1871 de tuberculose, doença que vitimou os seus oito irmãos, sua mãe e avo. O Porto ergue-lhe uma estátua e Gondomar deu o seu nome a uma escola.
Se nunca leu este escritor português, morreu cedo demais e responsável pela transição do romantismo, nunca e tarde para experimentar.
“Em todas as separações, tem mais amargo quinhão de dores o que fica, do que o que vai partir.”
Obras de Júlio Dinis
- As Pupilas do Senhor Reitor (1867)
- A Morgadinha dos Canaviais (1868)
- Uma Familiar Inglesa (1868) trans. Margaret Jull Costa, An English Family, Dedalus Books, 2020, ISBN 9781910213834
- Serões da Província (1870)
- Os Fidalgos da Casa Mourisca (1871)
- Poesias (1873)
- Inéditos e Dispersos (1910)
- Teatro Inédito (1946–1947)


Fotografias Publicas
Notas Soltas
Armando Fontoura natural de Montalegre, residente em Newark, NJ foi reeleito para mais um mandato como Xerife do condado de Essex com 107,658 votos. Presença assídua na comunidade Portuguesa fez parte da Comissão de Honra que ajudou a planear os 100 anos do Sport Clube Português de Newark, NJ, lembrou no seu discurso eloquente que “Newark deve a sua revitalização aos Portugueses porque quando todos os outros saiam os Portugueses entraram e ficaram e reconstruiram.”
Armando Fontoura assumiu o cargo em 1990 e e a individualidade que na historia do condado esteve mais tempo no cargo. Parabéns e sucessos
BOAS Festas e Feliz Ano de 2022 com desejos de Paz, saúde, felicidade e prosperidade
2021 A cidade Imaginaria de Seixas da Costa
2021 A cidade Imaginaria de Seixas da Costa

O Jornal Letras publicou que iria ser lancado um livro da autoria do diplomata Francisco Seixas da Costa reunindo textos publicados no seu blogue entre 2009-2011.
A Cidade Imaginaria, uma edição da Biblioteca Municipal de Vila Real, de 492 paginas saiu com numero reduzidos de exemplares. A biblioteca informou-nos que a obra já estava esgotado.

“Uma edição voltada para amigos, e a Vila Real, mas que pede pelo seu encanto uma edição para o público, Seixas da Costa lança o “A Cidade Imaginária”, de reminiscências de sua terra natal, dos anos em que lá viveu e onde tem a casa que é um refúgio para suas leituras e textos a Vila Real. E uma leitura deliciosa, como todos os seus textos, muitos no concorrido “blog” do qual é titular. Aliás, talvez, pela vida passada longe de Portugal, homens como Eça e Seixas da Costa valorizem muito a terra em que nasceram”. Escreve o jornal o Diabo.
“Os textos são deliciosos, têm um equilíbrio entre todos, que se percebe, presente e se sente do princípio ao fim do livro. São textos que, tendo aparecido isoladamente, não estabelecem uma sequência entre si. E possível ler este livro de trás para a frente e se quiserem, ser um livro de cabeceira, e saltitar de um texto para outro”, Este livro “não se resume a um interesse meramente local”. É evidente que para Vila Real é um livro particularmente interessante as é igualmente interessante para além das fronteiras de Vila Real” – Ribeiro Aires do Jornal Noticias de Vila Real.
Nascido em Vila Real, entrou na carreira diplomatica em 1975, correu mundo e conheceu culturas ao serviço de Portugal. Entre 2001-2002 ocupou o cargo de Representante Permanente de Portugal perante as Nações Unidas (UN). Os nossos caminhos cruzaram rapidamente e como director da Portuguese Foundation (co-fundador em 1991) tínhamos interesse em apresentar diferentes palestras a comunidade de língua portuguesa. O Dr. Antonio Cirurgiao, transmontano, professor catedrático na Universidade de Connecticut coordenou os encontros com alto nomes da sociedade portuguesa. Conseguir o Representante Portugues na UN seria um evento super especial. Aceitou o meu convite para um coloquio, que nunca se chegou a realizar, com muita pena, pois não foi possível encontrar nesse curto espaco de tempo uma data disponível devido uma agenda sobrecarregada. Seixas da Costa tem imensas historia para contar de uma vida com tantas actividades e curiosidades.

Deixou NY para Viena de Austria, depois do Brasil e Franca. Retirado da vida diplomática, serviu como chairman de Global Challenge em Lisboa, como professor convidado e Presidente do Conselho geral da UTAD.
Sigo os seus escritos nas paginas que nos apresenta no Facebook e blogue (Duas ou Tres Coisas). Um transmontano de grande valor e que tem representado bem o pais durante muitos anos. Talvez um deste dia tomamos café em Vila Real.


Dr. Antonio A. Cirurgiao- autor transmontano e professor

Dr Antonio Cirurgiao, Nascido em Soutelinho da Raia, uma aldeia fronteiriça no extremo do concelho de Chaves, a caminho de Montalegre. Os nossos caminhos cruzarem no início da década dos 70, pouco depois de ele ter chegado a Universidade de Connecticut (UCONN), quando nos envolvemos tentando expandir a cultura e língua portuguesa, e durante anos apresentamos eventos culturais e desenvolvemos uma sã amizade.

O exponente máximo da intelectualidade de Connecticut, como conselheiro do cônsul, com 88 anos, descansa a sua jubilação, escrevendo, sem sequer pensar em toda a ajuda e colaboração que deu a tantas carreiras de sucesso.
UCONN, a principal instituição de ensino superior do estado, fica localizada na vila de Storrs. Fundada em 1881 hoje tem mais de 32,000 estudantes e considerada uma das melhores universidades públicas dos EUA e a melhor na Nova Inglaterra. Ligado também a universidade são o UCONN Health e o Hospital Universitário John Dempsey Hospital, assim como os Laboratórios Jackson que fazem pesquisa. Mais de 4,000 professores e auxiliares e outros 5, 000 estão nessa parte da saúde. Varias bibliotecas de pesquisas, que “compõem a maior coleccao de pesquisas em todo o estado”. O rinque de patinagem sobre o gelo leva o nome de Mark Edward Freitas, um luso-americano de sucesso. O campus ocupa uma área de 17.8 Kms2.
O Dr. Cirurgião teve um enorme impacto, nos jovens que aqui chegaram na década dos 70, ajudando a traduzir e apresentar as suas equivalências na Universidade de Connecticut e muitos lhe devem a sua carreira depois de terem sido admitidos. Foi um dos indivíduos que teve um grande impacto no futuro desses jovens.
Na celebração dos 25 anos da Portuguese American Leadership Council of the United States (PALCUS) em 2015 recebeu o Premio de Lideranca – Leadership in Academia. Thank you my friend transmontano.
Septembro 1, 2021
O texto publicado no livro dos 25 anos de PALCUS
EADERSHIP IN SCHOLARSHIP AWARD António Cirurgião António A. Cirurgião, Professor Emérito, nasceu em Soutelinho da Raia, concelho de Chaves, Portugal. Estudou nos Seminários Salesianos, tendo feito o Curso de Filosofia e parte do Curso de Teologia, e frequentou a Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. Em 1962 foi para os Estados Unidos, com a intenção de estudar Direito. Tendo optado pelas Letras, fez o M.A. em Francês, em Assumption College, Massachusetts, em 1965, e em 1970 concluiu o Ph.D. em Espanhol e Português, na Universidade de Wisconsin, em Madison, sob a direcção de Lloyd Kasten e Jorge de Sena. Em Portugal, ensinou Português, Francês, Geografia, História Universal e Matemática nas Escolas Salesianas e na Escola Académica de Lisboa, durante alguns anos. Nos Estados Unidos, ensinou Francês e Latin em Chester High School, Massachusetts (1963-64); Espanhol e Francês em Worcester Academy, Massachusetts (1964-65); Espanhol, Francês e Latim em Fort Hays Kansas State College, em Hays, Kansas (1965-66), e na Universidade de Nevada, em Reno, Nevada (1966-68); em 1969 foi contratado pela Universidade de Connecticut, em Storrs, Connecticut, e aí ensinou Espanhol e Português, durante trinta anos. Recebeu o contrato vitalício em 1973, e foi promovido a professor catedrático em 1980. Em 1983 e 1987, ensinou na Universidade da California, em Santa Barbara, na qualidade de Professor Visitante. Jubilou-se em Julho de 1999. Em 1981 António Cirurgião foi agraciado pelo Presidente da República Portuguesa com o grau de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique; e em 2009 foi agraciado com uma Citação Oficial pela Assembleia Geral, com outra pela Governadora e com uma terceira pelo Ministro da Justiça do Estado de Connecticut. Além de colaboração dispersa por dicionários e enciclopédias e por revistas e jornais portugueses e estrangeiros, publicou as seguintes obras: Fernão Alvares do Oriente: O Homem e a Obra, Paris, 1976; O “olhar esfíngico” da Mensagem de Fernando Pessoa, Lisboa, 1990; A Sextina em Portugal nos Séculos XVI e XVII, Lisboa, 1992; Novas leituras de clássicos portugueses, Lisboa, 1997; Leituras alegóricas de Camões, Lisboa, 1999; De Eça a Jorge de Sena, Lisboa, 2009, e editou os seguintes livros, com introdução e notas: O Cancioneiro de D. Cecília de Portugal, 1972; Fernão Álvares do Oriente, Lusitânia Transformada, 1985; Duarte Dias, Várias Obras em Língua Portuguesa e Castelhana, 1991; Manuel Quintano de Vasconcelos, A paciência constante – discursos poéticos em estilo pastoril, 1994; João Nunes Freire, Os Campos Elísios, Lisboa, 1996. Ultimamente, tem vindo a publicar em blogues crónicas de carácter memorialista e tem prontos para publicação uma análise crítica de Poemas Ibéricos de Miguel Torga, uma colectânea de ensaios sobre literatura brasileira, dois volumes de Diário e um romance.



