Estatua de Catarina de Braganca – oferta da Comunidade Luso Americana

Escreve: Fernando Goncalves Rosa
Uma nota na pagina do facebook do Amigo Antonio Pedro Faria, a residir na Guarda, Portugal, depois de muitos anos nos States, levantou a curiosidade sobre dois monumentos oferecidos a Portugal pela comunidade Luso Americana.Encontramos o Pedro em Lisboa, ele que sabe da historia também como nos, fomos procurar a estatua da Rainha Catarina de Braganca. Esta desterrada, solitaria, num canto de um parque amplo a olhar para a Ponte Vasco da Gama e a longitude do Rio Tejo, com um olhar triste e concerteza que nunca pensava vir ali parar, avistando ao longe o espaco da Expo e o novo hotel, quando todos os planos era para ver o Rio Hudson em NYC.

Mas… a historia desta rainha e da sua estatua estão cheia de tristeza.

Catarina Henriqueta de Braganca (1638-1705) filha de Joao IV e de Luisa de Guzmao, infanta portuguesa, princesa da Beira. Pertencia a Casa de Braganca, a mais influente família nobre Portuguesa. Veio a ser rainha da Inglaterra e Escocia por casamento contractado bem caro e com grande dote, por sua mae, com Carlos II da Inglaterra em Maio de 1662, apesar dos protestos espanhois de quem Portugal se tinha libertado recentemente. Nao foi uma rainha popular na Inglaterra, talvez devido a sua religião católica mas a historia da-lhe credito por um papel importantissimo nas cortes inglesas da altura onde introduziu grandes mudancas incluindo o Cha das 5:00. Dizem que nunca teve uma vida matrimonial feliz com o seu marido mulherengo. Viúva e sem descendentes regressou a Portugal onde nao tinha residência. Mandou construir um palacio no estilo neoclássico, com capela real, na Bemposta- Largo Paco da Rainha, Pena Lisboa, que habitou somente por três anos ate a sua morte em 1705. Esta residência, incluindo a capela, foi parcialmente destruida pelo terramoto de 1755.

O seu nome ficou ligado ao Bairo de Queens na cidade de New York. Um grupo de apoiantes residentes nos States tentou imortalizar a sua memoria criando uma organizacao “Friends of the Queen Catarina”, liderada por Manuel Andrade e Sousa. Fizeram festas no Hotel Plaza e angariaram fundos, mas um projecto desta magnitude levou muito tempo a concluir. Uma vez se provou que o Portugues tem problemas a entregar o dinheirinho que tanto lhes custou a ganhar e outros que não queriam saber da Rainha nem da estatua, e a construção da estatua teve o resultado menos desejado.


Com a passagem do tempo os ventos politicos mudaram rapida e drasticamente em Queens, New York e com isso o apoio a erguer uma estatua num lugar privilegiado. Os que vieram a ocupar a cadeira do poder debateram se seria uma grande ideia levantar uma enorme estatua a uma pessoa que era acusada de ter beneficiada da escravatura e de ser rainha da Inglaterra. E de repente a estatua não era bem vinda. E o apoio financeiro desapareceu.. e la se foi a estatua e o projecto.
Pois e …pois , e os desacordos dos elementos populacionais dominantes da populacao da area vem precisamente de elementos desses povos: irlandeses e pretos africanos. E com essa falta de apoio la se foi todo o grande sacrificio de mais de 10 anos de trabalho intenso.

A estatua da autoria de Audey Flack, seria a 2ª maior de NY e seria colocada em Hunter Points com uma grande dimensão, nunca foi terminada. Foi criada uma replica de pequeno tamanho, oferecida a Lisboa que foi colocada no pedestal a guardar o Tejo, e a sua nova ponte.(Passeio do Tejo LT7 Parque das Nacoes, Lisboa). Parece-me que nao e ai solitariamente que a Rainha vai encontrar a felicidade que procurava.
