Camoes no Alto e Pessoa no Chiado . Naquele dia quente de verao subimos a rua ingreme e escorregadia que nos leva ao Chiado. E dificil caminhar com sapatos de sola, os paralelos tornam a rua escorregadia. O numero de pessoas parece ser mais do que o espaco. De um lado ou do outro, gente, nao sao locais, vieram visitar a cidade e alguem lhes disse que seria optimo subir o Chiado, desde os armazens recuperado ao hotel boutique ate o Teatro. No Chiado uma area considerada de luxo e sofisticada, encontra-se de tudo, muitos visitantes, os teatros, as livrarias, o gelado, a Igreja, loja internacionais, as lojas de porcelanas e e ainda um restaurante fundado em 1784 que continua em funcionamento a que deram o nome de Tavares Rico. Parte desta area foi destruida por um enorme incendio em 1988, mas renasceu das cinzas e continua a ser um dos districtos mais procurados. Outrora era o centro dos intelectuais e ali se encontra estatuas de Pessoa, Camões e Eça de Queiroz Tambem encontramos o Teatro de São Carlos, construido no seculo XVIII no estilo Neo Classico, para servir de Casa de Opera, quando a original que estava localizada na Praca do Comercio, foi destruida pela grande terramoto de 1755, Dia de Todos Os Santos. E apesar de ser o seu dia, nem todos os santos salvaram a cidade de uma enorme e dolorosa destruicao. Dizem que o exterior do teatro foi inspirado na Casa de Opera de Milao La Scala e o interior de uma beleza extraordinaria com cinco galerias e boxes e parecido com o Teatro de San Carlo em Napoles mantendo o estilo Neo Classico e as decoracoes Rococo. O Camoes tem direito a sua propria praca, dizem que e pequena e serve de transicao pois separa o Chiado do Bairro Alto. Pode ser pequena e dar passagem mas e sua. E o poeta Luis Vaz de Camoes que a domina. No centro esta uma enorme estatua do poeta do Seculo XVI. O Largo de Camoes fica localizado em frente ao Chiado. Nessa area estao duas igrejas em estilo barroco: uma conhecida como a Igreja dos Italianos (Igreja Loreto) e a outra como a Igreja da Encarnacao. Pois e..o Largo do Chiado, que nao e muito grande, e servido por electricos, aqueles treme tremes que sobem as ruas estreitinhas e curvilineas da cidade antiga construida em sete colinas e uma estacao de metro. Aqui encontramos a Brasileira, um dos mais bem conhecidos cafe de Lisboa, nao pela sua comida, apesar de nao ser ma, mas porque por aqui passaram varias geracoes de intelectuais. A frente encontra-se uma estatua de Fernando Pessoa, sentado numa cadeira talvez relembrando os dias em que o poeta se sentava no cafe a escrever. A Brasileira, localizado na Rua Garrett, e um cafe famoso porque a sua fundacao de 1905 ja bate no tempo. Tem um cafe no piso principal e um restaurante na cave. A estatua de bronze de Pessoa, que compartilha a cadeira com os novos e velhos, afirmam ser a mais fotografada do pais. Mas se nao e, parece, obriga os curiosos a esperarem em bicha para tirar a sua foto. E o Poeta Pessoa sente a sua popularidade, ele que nasceu em Lisboa (13 de Junho de 1888), estudou e viveu na Africa do Sul, regressou a Portugal e frequentou a Universidade de Lisboa, veio a falecer em Lisboa em 30 de Novembro de 1935. Contava apenas 47 anos. Dizem ser um individuo complicado, com uma mente atormentada e com personalidades diferentes e ai a criacao de varios heteronimos. Pudera talvez devido a essas complicacaoes todas ainda estava solteiro. Ao lado do Brasileira existe outro cafe Famoso o Bernard aberto em 1912. Um dos meus irmaos achou que devia ler a nova versao do “Livro do Desassossego” e comprou-nos a edicao. Parece-me que a mente do Pessoa estava em conflito atormentada e em completo desassosego. Mas aqui em Lisboa e no Chiado a pessoas procuram o verdadeiro Pessoa e falar com ele esquecendo que podem estar a falar com o Alvaro Campos, sem saber. Sentam-se ao lado dele na cadeira rerservada. E com eles levam as fotografias. Queriamos falar com o Camoes mas nao foi possivel, ele estava muito no alto e o policia nao me deixou ir cumprimenta-lo, por isso fico a fazer companhia ao Pessoa. E sempre um encanto tomar cafe com o Pessoa, Ele espera por mim pacientemente. Apesar do espirito complicado nao se zanga. Nao se queixa. So continua a reflectir. E fico a pensar que se e ele ou o Ricardo Reis (com este ate o Jose Saramago foi meter-se com ele e escreveu um livro sobre a ‘Morte de Ricardo Reis’), Alberto Caeiro ou sera o Alvaro Campos. Queria informa-lo da festa da Proverbo. Nao me respondeu. Ja esperava. Ele nao mete conversa com toda a gente, se nao nunca mais se safava. Desta vez deixou-nos com o poema do Alvaro Campos que encontrei numa das brochuras de Lisboa promovendo Pessoa e o Chiado e ate vem em English para os que sabem Portugues!. Acordar”, poem by Álvaro de Campos, one of Fernando Pessoa’s various ‘heteronyms’ “Acordar da cidade de Lisboa mais tarde do que as outras Acordar da Rua do Ouro Acordar do Rossio, as portas dos cafés Acordar….. E no meio de tudo a gare, que nunca dorme Como um coração que tem que pulsar através de vigilia e do sono” “The waking up of Lisbon, later than other cities The waking up of Rua do Ouro The waking up of Rossio Square, at the doors of its cafes Waking up….. And in the middle of it all the train station, which never rests Like a heart that has to beat in both waking and sleeping hours” Junho 2015 Rev. 09/7/2016 {To Gloria Melo} – Published in the 2016 Proverbo Gala Book..

 

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