Antonio Joaquim Granjo – Politico Flaviense Assassinado ha 100 anos.
Escreveu Fernando Goncalves Rosa

Em 2021 celebra-se 100 anos que foi assassinado em Lisboa, um dois nomes mais ressonantes da historia moderna Flaviense. Tinha 40 anos, nasceu na cidade de Chaves a 27 de Dezembro de 1881. Trata-se de Antonio Joaquim Granjo, que desempenhava o cargo de Presidente do Ministerio, ou seja o que actualmente nos referimos ao Primeiro Ministro, do qual era presidente Jose de Almeida.
A sua morte ocorreu a 19 de Outubro de 1921 foi registada na historia portuguesa como “A Noite Sangrenta”, e descreve uma chamada: Camioneta Fantasma” foi a procura dos governadores, e mata-los cruelmente. Viria a anunciar o fim da 1ª Republica Portuguesa. Uma noite barbara de assassínio, que aterrorizou Lisboa e deixou o pais em estado de choque. Granjo foi morto a tiro, e um dos soldados atravessou com o sabre lado a lado. Foi um período negro da Historia Portuguesa, cheio de odio e de uma polarização nunca antes vista. Nessa noite vários foram os republicanos assassinados barbaramente. Parecido ao que foi feito a Sidonio Pais, também morto.
“Era franco, rude, generoso e exagerado. Tinha todas as virtudes e todos os defeitos do montanhes e quem atentasse no seu torax herculeo, julgaria admirar um pedaco de granito arrancado la de cima, das serrania de Tras os Montes e afeicoada pelo cinzel de qualquer escultor amigo de fortes Plasticas” escreveu Consiglieri Sa Pereira.
Huum, Montanhes? (sim ele era da montanha) uma maneira de descrever um homem formado em direito pela Universidade de Coimbra e que tinha frequentado os varios seminarios, incluindo o de Braga?.
Entrou no servico militar em 1899 no regimento de cavalaria no 6. Escreveu vários trabalhos incluindo um sobre as suas aventuras na I guerra Mundial- a que deu o titulo de “Cenas da Guerra”, que serviu como um genero de diário.

“Era franco, rude, generoso e exagerado. Tinha todas as virtudes e todos os defeitos do montanhes e quem atentasse no seu torax herculeo, julgaria admirar um pedaco de granito arrancado la de cima, das serrania de Tras os Montes e afeicoada pelo cinzel de qualquer escultor amigo de fortes Plasticas” escreveu Consiglieri Sa Pereira.
Concluiu o curso em Coimbra, regressou a Chaves para exercer advocacia e em 1919 passou a residir em Lisboa.
Na minha juventude conheci parte da familia Granjo que vivia em Chaves na Rua do Sol onde possuiam varias casas e uma enorme quinta. Andei com um dos seus familiares, Joao Manuel Granjo Machado Lima, no Liceu Nacional de Chaves ficamos amigos e tambem tive o prazer de conhecer o Dr. Julio Montalvao Machado, ilustre optometrista, com escritorio na Rua da Madalena. Tudo isto simplesmente há 40 anos depois da sua morte e recordo que os jornais flavienses publicavam a sua fotografia na data que se celebrava o aniversario da Implantacao da Republica e do seu assassinato.
Chaves dedicou-lhe uma escola, deu o seu nome a uma avenida e em 2005 foi colocada uma estatua a apontar para a Cidade na rotunda do largo da velha estacao do comboio, mas não so. A cidade de Setubal também lhe dedicou uma avenida.
A morte de Antonio Joaquim Granjo reflecte um período sangrento na historia portuguesa, cheio de odio. Um período de grande transição que levaria Portugal a uma dictadura duradoira ate 1974.

2021
